domingo, 7 de setembro de 2008

Emanuel

Por Robson Wellington

Estou contaminado pela presumida familiaridade, desconhecimento, desdém, ignorância e irrelevância prática de Jesus, Sua mensagem e Sua vida como realidade e instrumento vital para o dia-a-dia. Declarei independência da origem, perdi os relacionamentos, subverti a estrutura e a ordem, reverti os papéis, caí.

Mesmo assim Ele veio. Emanuel. Um grande nevoeiro paira sobre o fato de que Ele veio à terra não exclusivamente para seu sacrifício na cruz. A promessa foi: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel". O nome Emanuel significa "Deus conosco" (Mateus 1:23) e isso implica mais do que uma breve visita para um ato sacrificial; revela também o compartilhar da experiência humana. Assim como os que projetam móveis de montar freqüentemente acrescentam desenhos às suas instruções, assim também Deus planejou desde o início dos tempos dar aos homens não só instruções, mas o modelo perfeito do Seu próprio Filho, a quem o homem foi criado para copiar.

Minha ignorância, rebeldia e independência é evidenciada pela ausência dEle em meus estudos, trabalhos, divertimentos, palavras, pensamentos, ações, atitudes, relacionamentos. A idéia básica do discipulado era amplamente aceita quando Jesus começou seu ministério, mas Ele criou um padrão revolucionário. Ele tomou a iniciativa de convidar pessoas para segui-lo, chamando-as primeiramente a si próprio e não apenas ao seu ensino; esperou delas total obediência, quando as ensinou a servir e as advertiu que iriam sofrer; e reuniu ao seu redor um grupo diverso de pessoas comuns.

Será que realmente sou seu discípulo? Tenho tentando remar contra a maré do ritualismo estéril, especulação teológica e irrelevância prática passando mais tempo nos evangelhos estudando a vida de Cristo, mas vejo que sou bom para teorizar e letárgico para praticar, me preocupo com o supérfluo e desprezo o fundamental. Será que sei viver sem ser materialista, orgulhoso e egocêntrico, avançando em direção à vida que se assemelha à de Cristo? Sinto-me às vezes, crente numa espécie de ET, mágico ou sofista.

O Emanuel veio servir de modelo da criação de Deus e anunciar o reino de Deus que é chegado, que está próximo, que está entre nós. Quanto mais o conhecemos de verdade e o imitamos, mais as nossas reações aos desafios da vida serão reações dele e não da carne. Então poderemos dizer com Paulo: "Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gálatas 2:20). Será que realmente desejo seguir o Emanuel?

5 comentários:

Anônimo disse...

Bem, começo do fim. Nossa inquietação é a vida prática de Cristo clamando em nós, um lapso de sanidade! Tive uma professora que teorizava tudo que nós falávamos na sala de aula, era uma cadeira da faculdade de educação... eu achava aquilo bizarro! Como Deus se sente quando supomos e conjecturamos a seu respeito ao invés de lhe darmos a mão e caminharmos??!! Que Ele esteja conosco...

Eliel Moura.

Anônimo disse...

eh isso mesmo. minhas teorizaçoes soh me mostram quao longe estou de praticar o que falo. to cansada disso.
Priscilla

Anônimo disse...

Vejo como sendo muito mais fácil a gente teorizar e trazer uma falsa aproximação do que se relacionar e gerar profundidade. A teoria parece que serve muitas vezes para dar a sensação de que estamos envolvidos, pertos do Reino e do Rei. Mas é uma falsa aproximação. Estamos colocando sua figura em discussão, mas sem o convidá-lo para participar do processo... Falamos dEle, pensamos nEle, discutimos dEle... mas nos esquivamos de falar, pensar e andar COM Ele. Pôr um OBJETO na roda de conversa é muito mais fácil do que experimentá-lo, apesar de podemos falar que ele continua como centro das atenções... (mas e das ações?)

Parabéns pelo blog! ;)
Gustavo

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Diego disse...

Excelente texto.